segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Disponíveis como argila

Caro filoteu de Betânia

+ PAZ!

Encontrei nos meus arquivos este material. Não sei de quem é, não é minha autoria, mas achei tão oportuno para quem deseja ser amigo do Amigo que pensei em ti. Achei tua cara, achei que é a tua vocação, tua felicidade. Resolvi partilhá-lo.

"O Senhor plasmou o homem e a mulher com o pó da terra".

Eu, naquele entardecer da criação, senti passos no jardim. Era Ele, o Senhor da criação. Acontece que, nesse entardecer, Ele parou, inclinando-se como um olhar carregado de amor. E, de repente, juntou-me do chão, a mim, pobre e pequeno punhado de terra, e ficou a me olhar pensativo... Remexeu-me longamente..., longamente..., com todo carinho.

E então, comeou a me amassar,. Primeiro tirou de mim uma porção de impurezas que o atrapalhavam: pedrinhas, pedrinhas, pacinhos de pau, ciscos. E eu fui ficando terra pura, do seu gosto. Fez ainda outras operações, que eu não compreendia, nem poderia compreender. Pode por acaso um vaso dizer ao Oleiro: eu entendo de disto mais que você?

Eu nada perguntei. Oferecia simplesmente o meu ser em disponibilidade de amor. Deixava-me trabalhar. Deixava que Ele me fizesse. Porque eu sabia que era obra sua e que Ele transformava com amor.

De fato, fui tomando forma. Uma forma à maneira sua, à sua imagem. Para que haveria eu de servir no futuro? Eu não o sabia. "Como a argila na mão do oleiro, assim estava eu em suas mãos". E eu fui me tornando obra de Deus. "E ele aplicava seu coração em aperfeiçoar-me, pondo cuidado vigilante em tornar-me belo e perfeito.

Depois veio uma etapa difícil, porque foi um forno superaquecido que ao barro veio dar força e consistência: É o calor e o valor de minha vida, que levam a bom termo a obra de suas mãos, ó Senhor Criador. A cada vaso muito querido, ela dá contornos de eternidade. Então comecei a olhar em torno a mim. E descobri outros vasos que suas mãos hábeis e cheias de amor haviam amassado e modelado artisticamente. Sem cansar-se dava ele mais outra mão àqueles que não haviam saído bem. Cada um tinha sua forma e sua cor, sem dúvida. Ele não faz produção em série. Cada vaso é único, conforme a sua destinação no mundo. Mas, do mais humilde ao mais rico, todos eram lindos, todos bem feitos. Ele nos tinha feito como ele bem queria...

"Pode porventura um vaso, perguntar ao oleiro: por que me fizeste assim?"

Querido Amigo e Senhor, Oleiro divino que tudo fazes com Amor, permite que se cumpra em mim a obra que começaste. Seja o meu projeto, o Teu projeto sobre mim. Amém!

Leia e reze com Jer 18, 1-6. Abraço e bênção.

Um comentário:

Elena disse...

Obrigada por postar tão singelo texto, cheio de sabedoria divina. Estou aqui na 'minha missão', deixando que o Senhor refaça este pobre vaso de argila com Seu Espírito. Desse modo, ao fazer novas todas as coisas, Seu amor bondoso, paciente brilhe através das minhas cicatrizes e rachaduras.
Aguardo sua visita no 'meu blog' também.
Sua irmã shalomiita-narniana,
Elena