domingo, 4 de abril de 2010

RESSUSCITOU COMO DISSE, ALELÚIA!


Lectio de 04/abril/2010
(Páscoa do Senhor: At 10, 34a.37-43; Cl 3, 1-4; Jo 20, 1-9)

Bem cedo, vai Madalena procurar Jesus (Jo 20, 1-3). Eis a atitude do verdadeiro discípulo; a propósito, convém lembrar que as pessoas se definem muito pelas atitudes que assumem, pelas opções que fazem. Perguntar-se seriamente sobre as prioridades assumidas, constitui um ponto de referência importante para que o projeto de Deus aconteça, dentro da esfera de fazer-nos ressuscitados. A pedra tinha sido tirada do túmulo que estava vazio, expressa um bendito vazio. Como é que as pessoas, eu, você, eles, nós, vós, todos, compreendemos ou interpretamos ou acolhemos o túmulo vazio? Qual a repercussão deste vazio em nossas vidas? Em que e como este fato tem mudado ou ela pode mudar? Só o discípulo, aos moldes de Madalena pode compreender mais, viver mais por buscar insistentemente. O Senhor se deixa encontrar por aqueles que o buscam e se deixam encontrar. Deixam-se encontrar aqueles que se deixam encantar! Aliás, Nosso Senhor já se antecipou, vindo em busca dos que Ele ama. A iniciativa é sempre dele.

João corre mais que Pedro, mas não entrou no túmulo. Esperou por quem detém as chaves, o primaz, feito chefe e pedra por livre escolha do Mestre. Interessante: por mais que haja pessoas que descubram o querer de Deus, as indicações do Espírito com mais antecedência e perspicácia que os pastores legitimamente constituídos pelo Senhor, a indicação é esperar por estes pastores, por sua orientação, pela captação destes mesmos sinais. Não caminhar na frente dos pastores, mas com eles, ajudá-los sem dúvida, contribuir no discernimento e na acolhida dos sinais de Deus, mas, caminhar com eles. O cenário do túmulo é marcado pelo vazio: Ele não está lá. O grande Ator não está no palco, pois seu palco agora é outro. Ele é ator que age, não é ator que representa. Ele é fiel e verdadeiro. Ele não está no túmulo; no entanto, deixou sinais de que a sua ressurreição aconteceu. A delicadeza do pano enrolado num lugar à parte é um gesto eloqüente pois se o corpo tivesse sido roubado, certamente tudo estaria em desordem, uma bagunça geral. Mas, não! O lençol está dobrado e as faixas de linho deitadas no chão. Gesto simples, simbólico, mas altamente significativo! (Jo 20, 3-7).

A páscoa do Senhor, sua passagem para da morte para a ressurreição é sugestiva e indicativa: deve gerar no cristão, opções que o levem à vida ressuscitada. Para tanto, é preciso esforço. Diz o apóstolo, em tom imperativo: “esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus; aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres” (Cl 3, 1-2). As coisas do alto são propriamente marcadas por uma vida nova, na santidade, na união íntima e perseverante com Jesus Nosso Senhor, na meditação assídua de sua Palavra, na oração incessante, na vivência corajosa e profética das bem-aventuranças. Aspirar as coisas celestes significa viver o natural, de modo sobrenatural. Ter presente que a verdadeira realização consiste em assumir, assimilar a vida do céu, não a vida nos conformes da carne, das conveniências humanas, dos interesses egoístas. Portanto, é fundamental morrer e que a nossa vida esteja escondida com Cristo em Deus (cf. Cl 3, 3). Haverá vida mais feliz que essa? Meu Deus, que loucura é buscar outro caminho! Que burrice profunda e sem fim correr atrás de água onde só existe lama e barro molhado! Seja-nos propício Quem ressuscitou e vive glorioso com o Pai na unidade do Santo Espírito de modo a esconder-nos no seu lado aberto para que Dele nunca nos separemos, para que nele vivamos e com Ele morramos, a fim de com Ele ressuscitarmos. Nada de melhor haveremos de querer, aspirar ou viver!

Sim, “Todo aquele que crê em Jesus recebe, em seu nome, o perdão dos pecados” (At 10, 43). Crer: eis a meta. Crer, isto é, cultivar a fé, viver de fé, aderir total e incondicionalmente a quem se revela e nos faz participantes da sua vida. Crer para receber o perdão dos pecados. Haverá dom mais precioso, junto ao ser amado quanto ao ser perdoado? Deste perdão somos dependentes, deste perdão somos devedores, neste perdão viveremos e sem ele pereceremos miseravelmente em nossas iniqüidades e transgressões! Um perdão que nos habilite e anime a um movimento de subida, de superação, de crescimento e amadurecimento constantes tendo a vontade de Deus por meta e ponto de chegada.

2 comentários:

Thalebs disse...

A força da ressurreição e do choque positivo que a liderança responsável e assumida dos lideres e chefes constituidos, que sem medo e com a autoriadade de Cristo, mesmo em tempos de dores, levanta com a força da Esperança, a bandeira e a orientwação devida a cada tempo. A força da jovialidade de João não o dá autoridade para tomar a frente dos acontecimento, porém é pelo respeito as autoridades que ele fica a espera de Pedro, que esse ato de João frente a Pedro nos leve a refletir sobre a saberia dos jovens passa pelo respeito pelos mais velhos e pelas autoridades.
Fico feliz de partilhar essa percepção em seu texto Pe Marcos.

Anônimo disse...

Padre Marcos estou deixando aqui o meu lembrete para a Vossa atualização do Blog, na verdade dos dois viu!
Sua benção!

Leonor