sábado, 17 de outubro de 2009

A pessoa humana e sua dignidade



Aos homens e mulheres, criados à imagem e semelhança de Deus foi confiado o domínio de toda a criação[1] e lhes foi concedido o dom de serem pessoas, isto é, seres irrepetíveis, incomparáveis. A relação com Deus assume uma perspectiva de similitude geral de natureza: inteligência, vontade, poder[2]. «e o fizestes pouco menos do que um deus, coroando-o de glória e beleza. Para que domine as obras de suas mãos sob teus pés tudo colocaste»[3]. Por isso, professamos que «todo homem e toda mulher, por mais insignificantes que pareçam, têm em si a nobreza inviolável que eles próprios e os demais devem respeitar e fazer respeitar»[4].

A grandeza e a dignidade da pessoa humana faz brotar a possibilidade de buscar razões, buscar um sentido para tudo o que existe. Poder ir até as causas mais profundas, explicações que exigem por sua vez mais respostas, para novos e ininterruptos questionamentos que nascem.
«Os animais do campo, comenta S. Agostinho, sejam grandes ou pequenos, a vêem, mas não podem fazer-lhes perguntas. Não lhes foi concedida razão capaz de julgar mensagens dos sentidos. Aos homens, porém, é dado indagar para perceberem o Deus invisível através da compreensão das coisas criadas»[5].

Deus o abençoe e ajude a cultivar o senso desta beleza e desta dignidade: os que foram criados à imagem e semelhança de seu Criador!

[1] Cf. Gn 1, 26-27.
[2].Cf. Bíblia de Jerusalém, nota n, p.32.
[3] Sl 8, 6-7.
[4] CELAM, Evangelização no presente e no futuro da América Latina. Conclusões da III Conferência geral do Episcopado Latino-Americano, 13-02-1979 n. 317. Editado pelas Paulinas, S. Paulo, 1979. Usaremos doravante a sigla DP = Documento de Puebla.
[5] S. AGOSTINHO, Confissões, L.10, n.10.

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