Em nenhuma hipótese, se confunda desapego com desprezo. O livro do Gênesis, como vimos, nos mostra o quanto Deus se alegra por ter dado vida a todas as obras da criação e o quanto ele enfatiza a bondade e o valor das obras surgidas de suas mãos. O apóstolo também ensina: «Pois tudo o que Deus criou é bom e nada é desprezível»[1]. «Foi pela fé que compreendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus. Por isso, o mundo visível não tem a sua origem, em coisas manifestadas»[2].
E neste mistério da ação de Deus nos lançamos pela fé nos braços d'Aquele que na sua invisibilidade se deu a conhecer e, mergulhados na nossa finitude, reconhecemos cheios de gratidão a grande obra que o Senhor fez, dando-nos a vida.
Mesmo às apalpadelas, seguramos e mantemos acessas a lâmpada da fé e esperamos vigilantes o seu retorno a exemplo das virgens prudentes[3]. E essa vigilância se consolida e se arma dos meios de uma intensa fé que se defende de toda concepção racionalista ou materialista de um mundo que surge e se desenvolve sem Deus, negando-lhe a existência ou vivendo como se Ele nem existisse, considerando-O um ser distante, um alguém ausente, uma entidade a ser simplesmente ignorada e desprezada.
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